Educação Financeira


A educação financeira tem por propósito auxiliar as pessoas na administração dos seus rendimentos fixos, em suas decisões de poupança e investimento, em realizar um consumu de forma consciente e ajudar a prevenir situações  constrangedoras. Esta educação ganha importância com o aumento da complexidade dos produtos financeiros, e de mudanças demográficas, econômicas e políticas do Brasil e do Mundo.

As pessoas sempre tiveram a necessidade de se adaptar ao novo conceito de dinheiro e suas variáveis. As novas relações de troca, domínio e poder fundamentaram as bases econômico-sociais vigentes ainda nos dias de hoje.

A educação financeira surge como resposta para orientar a tomada de decisões, informando sobre os serviços financeiros ofertados, sobre as necessidades e desejos de consumo, de necessidades de poupança, financiamento e juros, investimentos e rendimentos. Pode ser entendida como o conjunto de informações que auxilia as pessoas a lidarem com a sua renda, com a gestão do dinheiro, com gastos e empréstimos monetários, poupança e investimentos de curto e longo prazo.

A difusão da educação financeira às pessoas impactaria na forma como estas poderiam aproveitar as oportunidades de produtos e serviços ofertados de uma forma consciente.

Educação financeira pessoal

A área de finanças pessoais trata da forma como um indivíduo ou uma família administra sua renda. Diariamente decisões financeiras são tomadas e estas terão impacto na vida pessoal dos indivíduos. O estudo das finanças pessoais envolve conceitos e técnicas fundamentais para a existência de uma gestão eficiente da renda de uma família. A poupança pode produzir uma segurança necessária para a vida do indivíduo, assim como os investimentos de uma pessoa podem ser mais precisos e planejados de acordo com as suas necessidades de curto e longo prazo, resultando em ganhos maiores para a vida financeira das pessoas. Poupar exige o adiamento do consumo presente, visando o consumo de algo maior no futuro. Dois objetivos motivam as pessoas a poupar, sendo um deles a possibilidade de consumir mais em certo tempo e o outro as adversidades causadas pelo envelhecimento e a queda de produtividade para a geração de receitas suficientes para arcar com a despesas.

Educação financeira no Brasil


No Brasil, as mudanças trazidas principalmente pela estabilização da economia e a queda da inflação alterou a forma como a população lida com seus recursos financeiros. A educação financeira pessoal é fundamental na sociedade brasileira, visto que influencia diretamente as decisões econômicas dos indivíduos e das famílias.

Já pode ser observado o surgimento de iniciativas para a criação de um cenário que possibilite uma maior difusão de informações financeiras para a população. A alfabetização financeira é um processo de educação e de responsabilidade do país, das escolas, do governo e das instituições privadas, envolvendo vários atores sociais. A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) disponibiliza à sociedade, com o seu Programa Educacional, conceitos sobre o tema educação financeira através de cursos e palestras. Este programa difunde informações a respeito de hábitos de poupança, tipos de investimentos e planejamento de finanças pessoais, além de orientar sobre a importância destes conceitos para o desenvolvimento da economia do país. 

O Banco Central do Brasil (BACEN) desenvolveu o Programa de Educação Financeira para orientar melhor as pessoas sobre a importância do planejamento financeiro e também para auxiliar os indivíduos a entender melhor o funcionamento da economia, assim como de seus agentes e instrumentos. O Programa atua em vários níveis para a divulgação de informações financeiras para a sociedade, contendo programas para o ensino Fundamental e Médio, momento importante para a formação adulta.

Educação financeira em Portugal

A Educação Financeira tem crescido de forma significativa em Portugal, depois dos elevados problemas financeiros que o país atravessou, onde podemos destacar o elevado nível de endividamento das famílias e o aumento do crédito mal-parado, que já atingiu 17,8% da população activa do país 

Instituto Nacional de Estatística, 2013. Está actualmente em estudo um Programa Nacional de Literacia Financeira, estudo liderado pelo Banco de Portugal e pelas principais associações ligadas ao sector financeiro, como a Associação Portuguesa de Bancos e a Associação Portuguesa de Companhias de Seguros, com o apoio de outras entidades relevantes.

Diversas empresas têm avançado com programas de literacia financeira para os seus colaboradores, conscientes dos impactos dos problemas financeiros na produtividade e bem-estar dos seus colaboradores. Destacam-se empresas como a IKEA, a Jerónimo Martins, Novartis, Media Capital, Lease Plan entre muitas outras. Nestas empresas, os programas de literacia são desenvolvidos por entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, das quais se destacam a EFP - Escola de Finanças Pessoais e a DECO, a principal associação de defesa de direitos do consumidor.

Vários autores se destacam no contexto da literacia financeira em Portugal e no Brasil, como João Morais Barbosa, Gustavo Cerbasi ou Pedro Queiroga Carrilho.

Ensino de finanças pessoais

Os participantes no processo de educação financeira são as escolas, as empresas, o governo, as instituições financeiras, e outros, como as organizações não-governamentais. Alguns autores afirmam que se a criança desenvolve os moldes comportamentais e cognitivos antes e durante a escola elementar, a educação financeira deve ocorrer durante os primeiros estágios de desenvolvimento comportamental e cognitivo. Para outros a educação é a grande ferramenta para a redução de desigualdades sociais, evidenciando a importância da educação para o crescimento financeiro de uma pessoa, uma sociedade e um país. É notória esta relação quando se analisa grandes nações que despertaram para o crescimento econômico a partir da educação, o que possibilitou o aumento da renda da sua população

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